segunda-feira, 23 de junho de 2008

Porquê hoje?

Porque é que me lembro daquele dia tão triste? Porque estava um céu assim azul? Mas ontem também esteve. Porque é véspera de festa, e nestes dias sinto sempre uma maior melancolia? Mas esse é o meu estado mais normal.
Não sei porquê, mas o certo é que me lembrei agora daquele dia em que fui ao cinema, em Lisboa, com uma colega, ver «O Campeão».
Logo depois das primeiras cenas vi que não deveria ter ido, e puxei dos óculos escuros para chorar longe do olhar dos outros: a depressão já ameaçava havia algum tempo; os sinais eram inequívocos. Sentia as pessoas a olharem-me, porque não consegui suster alguns soluços, mas devo ter pensado "elas vão ver este meu choro incontrolável como resultado do triste que é o filme..."
A minha colega, que a princípio, pensou assim, também, ficou preocupada quando viu que não conseguia parar as lágrimas, muito para além do final do filme...

Porque é que fui lembrar hoje aquele dia?

11 comentários:

fugidia disse...

Cristina,
beijinho doce.
Qualquer coisa, estou no meu esconderijo...
;-)

ana v. disse...

Alma até Almeida, Cristina...
Um beijinho!

Luísa A. disse...

Minha querida Cristina, espero que por nenhuma razão especial, mas apenas porque a memória é assim, caprichosa. As vésperas de festas também têm esse efeito de me indispor e entristecer, porque a alegria não é coisa a que goste de me sentir obrigada em certos dias ou circunstâncias. Mas nós aqui estamos, e queremos sabê-la satisfeita e descansada no seu cantinho Magritte. Um beijinho. :-)

O Réprobo disse...

Querida Cristina,
não conseguimos escolher o que lembrar ou esquecer, por a nostalgia e o que nos assombra não serem serviçais da volição. Dê rédea solta à Sensibilidade, é Amazona mais do que capaz de continuar em cima dessa égua desenfreada.
Sei-A Forte sob a Gentil Armadura.
Beijo

Cristina Ribeiro disse...

Agradecida, querida Fugidia.
Beijinho

Cristina Ribeiro disse...

Custou um bocadinho, Ana, mas cheguei lá :)
Beijinho

Cristina Ribeiro disse...

Não querida Luísa, é como diz: a memória é caprichosa, e não podemos varrer os momentos menos bons, principalmente quando eles condicionaram o nosso presente :)
Beijinho grato pela força

Cristina Ribeiro disse...

É assim, Paulo; quando menos esperamos, deixamo-nos arrastar por momentos que deveríamos poder esquecer. Mas, como diz a Ana, a alma prevalece nas alturas de luta interior...
Beijo

Anónimo disse...

Se lhe apetecer desconversar... ;)

Cristina Ribeiro disse...

Obrigada,Mike. Mesmo. Este desabafo foi um momento de catarse, libertador, no qual só tenho a agradecer a vossa companhia. Sabe bem desconversar :)

Anónimo disse...

As memórias ficam para sempre Cristina, mas são elas que fazem aquilo que somos, por isso a catarse ser tão saudável, ficará menos carregada a memória, mas permanecerá, como permanece tudo o que há em cada um de nós: as melhores e as piores.
Um privilégio conhecê-la, apesar de tão diferentes
Sorriso

beijinho