domingo, 1 de junho de 2008

Piódão, outra Aldeia Histórica Beirã


Na Serra do Açor, junto à da Estrela, encontramos esta povoação que, devido ao seu isolamento, foi durante muito tempo o couto de João Brandão, o salteador tido como o «Terror das Beiras».
Depois de ter integrado o concelho de «Avô», esta aldeia, onde logo saltam aos olhos as casas de xisto, muitas delas com portas e janelas debruadas a azul, dispostas em socalcos- pelo que é frequente referir-se-lhe como "cascata"-, passou a fazer parte do de Arganil, no distrito de Coimbra, já em fins do século XIX.

O que ditou a sua classificação como Aldeia Histórica, não terá sido, como noutros casos, um passado de lutas bélicas, mas antes a beleza das suas paisagens e o tipicismo das habitações; não quer dizer que os piodenses não tenham tido de travar um outro tipo de guerra- contra as dificuldades de uma terra e clima austeros, tendo sido mesmo esta a razão que levou os mais novos a buscarem nas cidades uma vida mais fácil.

Não estive lá na melhor das alturas, a tempo de ver a serra florida, mas até no Inverno Piódão fascina.

5 comentários:

Anónimo disse...

Estive lá no Inverno de há cinco anos atrás e adorei, Cristina.
Terra de dureza, de pedra e solo, como diz, mas de gentes simpáticas, acolhedoras, que como o frio era muito perguntavam se não queríamos um caldo para aquecer.
Gostei muito.

Cristina Ribeiro disse...

Então, quem sabe, Minucha, ainda nos cruzámos, porque foi nesse Inverno que por lá andei :)
Foi essa a impressão com que fiquei daquela gente muito curtida pelo frio.

O Réprobo disse...

Tenho uma excelente biografia do João Brandão, um livro estimadíssimo que também deve existir Aí, na biblioteca paterna.
A paisagem é magnífica.
Beijo, Querida Cristina

cristina ribeiro disse...

Linda esta nossa terra, Paulo
Beijo

Homem das Beiras disse...

João Brandão não foi um salteador. Foi um grande politico liberal do tempo de D. Pedro. Lutou contra os Miguelistas e seus acolitos. Por isso teve de andar fugido das hordas " fachisantes" de D. Miguel e dos absolutistas. Nessa epoca e na zona a Igreja tinha muita importancia sobre os analfabetos.
Era filho de gente de posses, dos ferreiros da Candosa de Tabua ( engenheiros na altura).
Como politico liberal logo a seguir ao liberalismo dos franceses ( liberdade, fraternidade e igualdade ) lutou e lutou.
Com a vitoria dos Miguelistas, foi preso no Limoeiro, julgado e deportado para Angola, por ser considerado terrorista.
Era na Moura Morta e na Ponte de Mucela que ele esperava pelos comboios de mantimentos ao fim de 1 dia de viagem (carroças e carros de bois que iam a Coimbra abastecer) para os assaltar e ter comida para o seu pessoal.
Tambem a estrada militar de Tomar- Ponte Mucela que seguia para Viseu era um dos pontos preferidos para se abastecer de polvora e munições.
Num celebre dia fez explodir o comboio da polvora entre S. Martinho da Cortiça e a Catraia dos Poços.
Era m visita dos Condes de Foz de Arouce e dos Condes de Pombeiro que eram ja de ideologia liberal.