amanha-se a terra, que há-de ser, leio n«Os Mesteres de Guimarães», «mimosa e regadia (...); no lus-ca-fus da minhã, mal se enxerga, já o lavrador amante do trabalho anda na carrega dos estrumes, feito o que, vem o arado» que se atou a um jugo de bois. Só então, se fará a sementeira : «arrojando para a extrema do campo seu chapéu o lavrador faz o sinal da cruz, e o primeiro punhado de linhaça é arrimado à terra».
Atirado o último, «ergue a sua idea ao céu e murmura: -Que Deus te ponha a virtude e me dê a mim saúde!»
Fins de Junho, o linho deitou a flor «pequeninha e anzur, é o regalo dos olhos»; quando esta já foi desfeita pelo vento, é «sinal de que está maduro para ser arrincado».
Começos de Julho: «O sol bebeu o orvalho do linho. São muito hórinhas de o arrincar». E canta-se «Trabalhos do linho
querem sol e vinho"
porque este é, como é regra nos trabalhos de lavoura, mais um momento em que do árduo se faz festa...
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8 comentários:
Uma delícia, Cristina! E anotei a virtude posta preferentemente na sementeira ao semeador...
Mas o vinho lá está, para preservar o sangue.
Beijo
O gosto, a alegria, com que a minha mãe conta, e o gosto com que a ouvimos contar destes trabalhos do linho, que tanto lhe marcaram a juventude...
Beijo, Paulo
belissimo!...
flor azur, linda e delicada...
Azul, raiada do lilás do blogue da Ana :)
Que poderei acrescentar? Muito bonito! :-)
Acho que esta flor do linho era mesmo uma das que escolhi para ilustrar a cor do meu blog.
Estas suas descrições são autênticos quadros vivos, Cristina. E muito bonitos.
Beijinho
Há coisas assim, Fugidia: bonitas :)
Procurando à nossa volta, também nos dias de hoje os encontramos...
Beijinho, Ana
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