terça-feira, 27 de maio de 2008
Postais antigos- O "meu" Paul
Este, muito provavelmente um terreno alagadiço em tempos muito remotos, era o lugar das brincadeiras. A cada dia, logo que acabavam as aulas na Escola Primária, era para aqui que nos dirigíamos: os rapazes para jogar ao botão, antecessor do berlinde com que brincam os sobrinhos, e as raparigas entretínhamo-nos a fazer o nosso "flower power", enfeitando-nos com grinaldas de heras, que pendiam dos muros da quinta ao lado, pertença de uma senhora de Lisboa.
Era também aí que, uma vez por mês,, parava a carrinha Biblioteca Ambulante da Gulbenkian: era uma festa; cada uma de nós a chamar as amigas, aos berros, literalmente, porque tínhamos encontro marcado com as personagens dos livros de Enid Blyton- o «Noddy», primeiro, «Os Cinco» e «Os Sete»,depois...
O Paul continua lá, mas já não é o mesmo: dos muros da quinta (tão linda!) já não cai todo aquele arvoredo, que fazia as nossas delícias; as crianças da Escola deram lugar aos reformados, que aí vão jogar às cartas...
Hoje resolvi tirar umas fotografias, antes que o "meu" Paul desapareça por completo.
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6 comentários:
Ora, aqui está no elemento natural dele! Quem o tem chama-lhe seu!
Beijo, Querida Cristina
É, Paulo, "guardei-o" no meu canto. Será difícil, talvez, compreender o quanto um lugar, com todas as boas recordações que que traz, pode significar tanto.
Beijo
Caramba!
Eu também tive um Paúl, perto de Peniche, mas era a quinta do Drº José Azeredo Perdigão presidente da Gulbenkian.
Era, porque já morreu, como sabe, Pai de uma Tia minha, a quem como os meus primos chamavam Avô, eu também o fazia.
O que brinquei nessa quinta e foi lá que aprendi a fazer manteiga, tinha aí uns dez anos.
Portugal é mesmo pequeno e há certos acontecimentos que entrelaçam vidas.
Lindo o texto.
beijinho
OH Minucha! Que bom vê-la por cá, e saber que entre o seu Paul e o meu algo havia de comum, no fundo, porque a Fundação Gulbenkian, através das carrinhas cinzentas cheias de livros, foi muito importante para mim.
Obrigada.
Beijinho
Minucha e Cristina, o mundo é mesmo pequeno e Portugal ainda mais. Essa quinta perto de Peniche é linda, eu conheço-a. Quase em frente (na lagoa de Óbidos) fica a quinta da família do meu ex-marido, pai dos meus filhos, onde passei alguns Verões e para onde eles vão ainda nas férias... engraçado, não é?
É engraçado, como muitas das nossas referências se entrecruzam...
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